quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Volte Pra Mim - Conto Tocar ( parte 1)

 Carla 

Ensinar minha filha a ser independente e fazer as próprias escolhas desde que nasceu, às vezes, me custava muita paciência, em dias como hoje em que Alana decidiu que sua festa de aniversário seria na casa do pai dela e não aqui. Tudo estaria bem se eu não estivesse tentando evitar os mesmos ambientes frequentados por Tomás Campos Sales desde que assinei o divórcio há dois anos, argh, até uma simples menção ao nome dele em pensamento me deixava enjoada, como vou aguentar uma festa de 3 horas? DEUS ME DÊ FORÇAS. 

— Quer parar de se lamentar? E começar a se arrumar logo? Já despachei a aniversariante e as 10 amigas escandalosas no carro pra casa do….– Luiza comentou, me sacudindo, como se lesse meus pensamentos. 

— Não diga o nome dele! 

— Não sei pra quê tanta agonia? É só uma festa cheia de adolescentes estridentes com apenas você e seu ex-marido de adultos responsáveis! Nada demais vai acontecer, do que você tem medo? De começar rindo e depois ir parar na cama dele de novo? – Luiza Gargalhou. 

 Impossível, nem pensar em uma coisa dessas. 

— Quando você e a Valentina brigaram, eu te dei apoio, fiquei do seu lado, cuidei do Léozinho, comprei vinho caro pra você se embebedar e é assim que me agradece? Sapatona ingrata. 

— Olha a lesbofobia, bicicletinha hippie divorciada e tô aqui pra te apoiar, mas acho que você tá exagerando! E digo mais, você ainda é apaixonada por ele e não quer admitir pra si mesma.

— Lu, você sabe que só amor não é suficiente. – Me levantei e comecei a me arrumar. 

  Essa noite é sobre Alana e não sobre questões mal resolvidas com Tomás. Meu bebê estava crescendo rápido demais. Parece até que foi ontem que eu era apenas uma adolescente assustada com um teste de gravidez positivo nas mãos com medo do que pudesse acontecer depois, cheia de dúvidas se daria conta ou não de cuidar de outro ser humano. Mesmo com todos esses anseios, eu amei Alana desde o primeiro instante que soube da existência dela, Tomás sempre diz que também sentiu, olhar pra nossa filha é como ver um pedacinho de nós crescendo por aí, Alana tem os olhos iguais aos meus, mas tem os cabelos do pai, um sorriso largo, dança e escreve poesia desde que aprendeu a escrever aos 5 anos, piadista e rodeada de amigos, ela é uma prova de que nosso amor existiu e foi capaz de criar um ser humano incrível como só minha filha consegue ser. Por isso, ela merecia uma comemoração com a família completa, mesmo que me custasse um pouquinho de sanidade. 

 A festa não tinha um tema, mas Alana pediu que os convidados fossem usando trajes brancos ou pretos, acabei optando por um macacão branco de uma calça só, curto, fiz uma maquiagem básica e estava pronta. 

— Vamos, Lu, tô pronta! 

 Tava pronta coisa nenhuma, assim que Luiza estacionou o carro na garagem da casa de Tomás, eu fui invadida por lembranças, do início  da gestação, todos os planos que fizemos, nosso casamento, os primeiros passos de Alana, cada saudade e ausência, entre declarações e discussões, não havia uma memória minha em que Tomás não estivesse presente. Isso é encantadoramente assustador. Saio do carro no automático, minha amiga não percebe por sorte. 

   Quando chegamos a área da piscina a cena com que me deparo é a de Alana à frente de sua cortina cinza com glitter que ela mesma tinha feito, rindo de algo que o pai tinha dito enquanto tirava fotos dela.

— Pronto aí ó, Chegou a mãe mais gata do Brasil, a melhor do mundo, a minha! – Alana gritou assim que percebeu minha presença.

— E você é a filha mais puxa-saco que existe! – Tomás comentou, entre risos, eu me obrigo a não olhar para ele quando passo perto pra abraçar a aniversariante. 

— Agora que minha família tá completa, eu mereço uma foto, vem paizinho! – ela o chamou sem me soltar, Tomás ficou do lado direito dela. Alana fazia caretas para a câmera e eu só ri das palhaçadas dela. Tomás parecia hipnotizado com algo e não prestou muita atenção à foto. 

— MÃE, VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR EM QUEM O MEU PAI TROUXE DA FAZENDA!!! – Alana gritou no meu ouvido, meu deus que menina escandalosa! 

— Quem? – Perguntei sem muito interesse. 

— o Malik!! Ele tá uma graça, mãe! 

 Malik era nosso Golden Retriever, adotamos ele ainda filhote em uma feirinha de adoção de cachorros, antes de saber que eu estava grávida. Não ficamos muito tempo com ele em casa, porque costumávamos viajar muito, então o levamos pra morar na fazenda, só o víamos nas férias, com a separação e tudo mais, ele acabou esquecido ficando esquecido por lá. 

— Cadê meu cachorro? Eu quero ver meu filho agora. 

— Tá lá no jardim, leva ela lá, paizinho – Alana pediu, se virando para Tomás e depois para mim. 

— Eu sei ir sozinha, tá? — protestei 

— É, mas você não tem a chave da casinha dele, eu tenho! – Tomás tira a chave do bolso, já seguindo em direção ao jardim. O segui meio a contragosto, Tomás assobiava uma canção que não reconheci enquanto caminhávamos juntos, percebi que as rosas chá que eu costumava plantar continuavam sendo cuidadas e cultivadas. Mas, por que? 

A casinha de Malik ficava ao fundo, assim que Tomás abriu a porta, meu cachorrinho pulou em cima de mim, quase me derrubando, latindo agitado e feliz por me ver: 

— Oi meu amor, como você cresceu, meu bebê, você sentiu falta da sua mamãe? Eu vou levar você para minha casa – Malik lambeu meu rosto como se aprovasse a ideia, beijei seu focinho. 

— Você não vai levar ele! – Tomás negou, a irritação em sua voz era palpável.

— Por que não? Ele é meu! Você me deu ele de aniversário, esqueceu? Portanto, Malik vai morar comigo. 

— Nada disso, adotamos ele juntos, ele é nosso e além disso, se você o queria tanto porque não foi buscá-lo? Eu o trouxe, então ele fica aqui. – Insistiu. 

— Eu estava ocupada, o cachorro é meu ,vai ficar comigo e ponto final. – Levanto da grama e seco o rosto, ficando de frente para o meu ex. 

— Olhe em volta, Carlinha, tudo que está aqui é seu, a casa, o jardim, sua filha, seu cachorro, eu… — ele se aproximou de mim, sussurrando, minha pele se arrepia, o cheiro amadeirado do seu perfume invade meu olfato.

1 Million Paco Rabanne como sempre 

— Ah Tomás, nem comece , tá? vamos voltar pra festa antes que… – Me detive antes que falasse alguma coisa que o deixasse ainda mais convencido. Caminhei de volta pra piscina e minha atenção se voltou exclusivamente para a Alana, ela quis dançar, pular, brincar, comer, dividida entre ficar comigo e os amigos, acabou juntando todo mundo. Vez ou outra, eu flagrava Tomás olhando pra mim, eu adorava o desejo que via naqueles olhos, mas simplesmente não podia ceder. Alana fez suas tentativas inúteis de nos aproximar, Luiza também, mas eu pedi às duas para pararem imediatamente. 

Lá pelas 23h30, logo depois dos parabéns, encontrei Alana dormindo embaixo da mesa do bolo, os convidados todos já tinham ido embora e uma chuva grossa começava.

— Vou levar essa mocinha para o quarto dela — Tomás carregou Alana nos braços como se fosse um saco de batatas e nem assim ela acordou. 

— Vou indo para casa, então! – avisei. 

— Nem pensar que você vai dirigir nessa chuvarada toda, dorme aqui. 

— onde? 

As amigas de Alana que vieram de Sp estavam ocupando o primeiro quarto de hóspedes, Valentina, Luiza e Leo estavam no segundo e no terceiro estavam amontoados todos os presentes recebidos. não tinha espaço nenhum pra mim ali. 

— Como onde? No meu quarto né? Olha se te deixar mais confortável, eu posso dormir no estúdio, não que seja um grande sacrifício dividir a cama comigo, você sabe bem que só tem vantagens. – Tomás sugeriu, com aquele meio sorriso cafajeste, bem característico dele. 

— Eu não tenho muita escolha, não é mesmo? – Suspirei derrotada. 

Segui para dentro de casa e ao chegar no quarto, fiquei surpresa ao constatar que tudo estava exatamente igual ao que deixei aqui, dois anos antes, só faltavam meus pertences. Fui até o closet e substituí meu macacão por uma camiseta preta dele que eu sempre usava pra dormir quando sentia saudades,, ela estava guardada no lugar de sempre, de novo ,seu cheiro me invadindo, não do jeito que eu queria. 

— Você nunca vai perder essa mania, não é ? — Tomás comentou, já  sentado na cama, ele usava uma calça de moletom preta, sem nenhuma camiseta. 

 Os braços musculosos tatuados, o abdômen liso praticamente pedindo para que eu passasse as unhas nele. Tudo naquele homem tinha se transformado em uma tentação. 

— Eu não tenho culpa que suas camisetas sempre ficam melhores em mim. – Eu ri, indo me sentar na cama ao lado dele. 

— Disso eu não posso discordar, mas não me provoque. – Pediu, de novo em um maldito sussurro.

 Me aproximei mais, deixando meu rosto a milímetros do dele, repousando uma perna em cima da sua. 

 Tomás segurou minha nuca, massageando de leve ali, passou a pontinha do nariz sob o meu, mordeu meu lábio inferior e puxou. Eu queria que ele me beijasse de uma vez. 

— Então, peça, Amor! – Falou como se lesse meus pensamentos. Que ódio. 

— Me beije.

 Pedi e segundos depois, seus lábios já estavam chocados contra os meus com necessidade, sua língua invadia minha boca, suas mãos desceram para minha cintura, me apertando sob o tecido fino da camiseta. 


continua







sexta-feira, 19 de maio de 2023

Conto ToCar - O que os amigos fazem

Nota da autora: eu estava no Tumblr esses dias e encontrei esse desafio de escrita abaixo e ele resultou em um conto fofinho de ToCar que eu resolvi compartilhar com vocês: 


 Tomás 

Eu já estava de saco cheio de esconder meus sentimentos por acreditar que Carla não me levaria a sério. A maldita fama de pegador me perseguia, a garota deve ter escutado as piores coisas sobre mim por aí. Era a única explicação para ela ter me jogado na zona da amizade sem pensar duas vezes.

 E até que me empenhei bastante na função de amigo: Fiz todos os trabalhos da escola em dupla com ela, apresentei meus amigos, já que ela era novata e não conhecia quase ninguém no internato, a levei ao se cinema, a incentivei a comer, o que era bem raro de acontecer, já que a menina aparentava ter algum distúrbio alimentar ou algo assim, passava horas ouvindo-a tagarelar sobre os romance de época que lia e a minha parte preferida assistindo-a dançar. 

 Sem perceber, o feitiço acabou virando contra o feiticeiro e eu sempre parti o coração das meninas por não querer saber de compromisso sério, me vi completamente apaixonado por uma garota que só me enxergava como o melhor amigo dela. 

 Mas, putz, seis meses tinham se passado e Carla não percebia que o que sentia por ela era mais do que amizade. 

 Então, decidi tomar coragem e contar, mandei um SMS para o celular dela pra ter certeza que ela estava acordada: 

 Ei Carlinha 

Me encontre no jardim. (22:30)

 Essa hora? Nesse frio? Você tá doido, Tomás? E se o diretor pega a gente? Eu sou bolsista não posso levar suspensão ( 22:31)

Bota um casaco e vai logo, eu prometo que é rápido, eu preciso falar uma coisa muito importante pra você, mas tem que ser pessoalmente! Relaxa, essa hora o diretor já deve estar no último sono (22:32) 

Aí tudo bem, vou me vestir e já desço

( 22:33) 

⌛⌛⌛

Corri para o jardim o mais rápido que pude, mas o que me tirou o fôlego foi vê-la caminhando em minha direção vestindo um vestido branco floral com detalhes azuis e por cima um moletom cinza felpudo que eu tinha dado de presente, a forma como os cabelos pretos estavam presos em um coque, mas uma mecha solitária insistia em entrar em seus olhos. Olhos castanhos, grandes, brilhantes, parecem até jabuticaba de tão escuros, os lábios finos e largos, que ultimamente eu só pensava em beijar. 

— Então, Tomás, o que de tão urgente você tinha pra me contar que não podia esperar até amanhã de manhã? – Carla se aproximou sorrindo, me abraçando em seguida, mostrando que não tinha ficado tão brava quanto sua fala aparentava. 

— Eu não podia esperar, porque talvez eu perdesse a coragem de te dizer o que meu coração quer que você saiba – Entrelacei seus dedos com os meus e percebi que sua mão estava gelada. 

— E o que seu coração quer me contar? – as bochechas dela ficam avermelhadas quando ela me encara. 

— Que só tem espaço pra você dentro dele. Eu penso em você o tempo inteiro, invento milhares de desculpas para estar por perto. Percebi esses dias, que quero ser mais do que seu amigo. 

— Tomás, eu…. Não brinca comigo, por favor. – ela se afasta de mim bruscamente, como se eu tivesse uma doença contagiosa. 

— Eu não tô brincando com você, eu acho que nunca falei tão sério em toda minha vida. Quer ouvir com todas as letras? – eu me aproximo novamente dela e dessa vez estou tão perto que consigo escutar até sua respiração desregulada. 

— Ouvir o que? – seu peito subia e descia, os olhos estavam fixos em minha boca 

— Eu tô completamente apaixonado por você e quero que seja minha namorada — Segurei seu queixo e ela fechou os olhos, beijei cada lado das suas bochechas, 

— A gente é amigo, não devíamos ... — Carla começa mas, sua frase se perde quando encosto os lábios suavemente nos seus. 

  Seus lábios são doces e quentes como imaginei que fossem, se movendo lenta e delicadamente sob os meus. Com a mão livre, envolvo sua cintura para que fique mais próxima, se é que isso é possível, meu coração dispara ao sentir seus dedos enroscados nos fios nos meus cabelos. 

 Ficamos assim até que perdemos o fôlego. 

— É isso que os amigos fazem? – Pergunto entre risos nervosos. 

— Eu não sei, nunca tive um amigo que quisesse me beijar antes. – ela sorri visivelmente envergonhada. 

— Está tudo bem se eu fizer isso? – digo, voltando a unir nossos lábios em um selinho rápido. 

— Eu gosto, não pare, quer dizer, a gente vai ter que parar agorinha e voltar para os quartos. – Carla se afasta de mim rindo e começa a correr para dentro, eu também corro para a alcança-la. 

  Estamos parados, ofegantes já no topo da escada, cada um precisa seguir para o seu dormitório, então eu me despeço dela com um abraço e ela me faz o garoto mais feliz do mundo com apenas uma frase: 

Boa noite, namorado. 

terça-feira, 18 de abril de 2023

Capítulo 18 ( parte 2) - Final - Favorite Crime

 Capítulo 18 ( parte 2 ) - Favorite Crime 

Mel 🐝

 Ficamos um mês separados logo depois que ele disse pela primeira vez que me amava com todas as letras " sua sorte é que eu te amo " ficou ecoando na minha cabeça por muitas noites até que resolvi admitir pra mim mesma que eu também o amava. 

 Um momento à sós é tudo que eu preciso para me declarar, eu sei que Chay espera por isso há muito tempo, então quero que seja especial, como tudo que temos. Ele já está dirigindo há meia hora, tentei de todas as formas descobrir onde estamos indo, porém, não me deu uma só dica que prestasse para descobrir nada. 

— A partir daqui eu vou precisar vendar você, confia em mim? – Ele sorriu antes de pegar um tecido para tapar meus olhos. 

— Eu tenho uma filha com você, eu entrei nesse carro sem saber onde quer me levar, idiota, é claro que eu confio. Não faça eu me arrepender — Retruquei, sentindo uma pontinha de nervosismo me atingir. 

— Eu nunca faria você se arrepender, Melzinha – Vendou meus olhos. 

 Passados alguns minutos, descemos do carro e ele me guiou por uma extensa ponte de madeira, o cheiro de mar não passou despercebido pelo meu olfato. 

— Estamos em um barco? – Pergunto depois que ele me ajuda a descer pelo que parece ser uma escadinha. 

— Garota esperta, acertou! Pelos próximos quinze minutos estaremos no barco e então chegamos ao nosso destino. 

— E eu só posso tirar a venda quando chegarmos lá? 

— Isso mesmo, Gatinha – Chay afastou meu cabelo do pescoço e depositou um beijo ali, causando um arrepio bom. 

  

15 minutos depois, ele avisou que tínhamos chegado no local da surpresa, novamente eu senti meus pés pisarem em uma espécie de deque de madeira, o cheiro do mar e de árvores ao redor denunciava que continuávamos em meio à natureza. 

— Vou contar até três e tiro a venda dos seus olhos, ok? – Avisou, começando a contagem em seguida — Um, dois…Três. 

 Tirei a venda e finalmente pude ver onde estávamos em uma eco boat house, ou simplesmente casa flutuante, que tinha apenas dois cômodos: uma sala com um pequeno sofá, uma estante de livros cheia, uma tv antiga e o quarto com uma cama arredondada e uma mesinha de cabeceira. As paredes estavam pintadas em tons pastéis de amarelo-alaranjado. Do lado de fora, onde ainda estávamos parados, havia uma banheira de porcelana com água aquecida. Só pude sorrir encantada, porque ele tinha pensado em tudo nos mínimos detalhes. 

— Gostou? – Chay envolveu os braços ao redor da minha cintura, beijando meu rosto. 

— Se eu gostei? Eu amei tudo, mais alguma surpresa está me esperando hoje? 

— Sim, mas vamos entrar? – caminhamos abraçados pra dentro. 

Sentamos no tapete felpudo disposto no chão, um de frente pro outro, Chay me olhava como se tivesse muito a dizer e pela primeira vez, eu não temia o que pudesse ser. Me sentia até ansiosa para que falasse de uma vez. 

Play em Rewrite the Stars - James Arthur e Anne Marie.

— Eu te trouxe aqui hoje, porque eu não podia esperar mais: Eu te amei desde os meus 18 anos e precisei sufocar esse sentimento por muito tempo porque você só me enxergava como um parceiro de cena ou um amigo engraçado. O tempo passou e as nossas vidas tomaram outros rumos, casamos com outras pessoas, tivemos filhos, mas nunca parei de pensar o que poderia ter acontecido se você tivesse aceitado ser minha namorada. A força desses pensamentos trouxe você de volta para minha vida e eu decidi que não quero esperar uma outra vida para poder reescrever as estrelas para que o mundo seja nosso, eu quero isso agora, por isso, eu te pergunto, você aceita? 

 Lágrimas escorrem do meu rosto e uma risada nervosa escapa da minha boca antes de falar: 

— É claro que eu aceito! Eu te amo desde quando eu te conheci e você era só uma lhama descabelada e sonolenta, você foi o melhor parceiro de cena que eu poderia encontrar, um ótimo amigo também e acredito que todas as voltas que as nossas vidas deram acabaram nos trazendo até aqui e agora, digo sim pra você, para os nossos sentimentos e por que não dizer para nossa família? - entrelacei seus dedos com os meus, aproveitando para olhar no fundos dos seus olhos e enxergar felicidade neles.  

— Eu ainda tenho um presente pra você, como já usa duas alianças bastantes grandes nos dedos e precisávamos de algo selar nosso compromisso, então… – Ele me ajuda a levantar do tapete e continua — Comprei esse colar, está proibida de tirar para sempre — Eu ri com a sua afirmação, ele tira o colar de dentro da caixinha e cuidadosamente o coloca em meu pescoço. 

Foi só aí que eu reparei que o pingente do colar nada mais era do que um anel cravejado em diamantes. 

— Nossa, que lindo! Onde tá o seu? 

— Bem aqui – Chay retira a correntinha de dentro da camiseta revelando um pingente complementar ao meu. 

 — Você também está proibido de tirar. – aviso, beijando sua bochecha esquerda, depois o canto da boca. 

  Quebrando sua expectativa, eu desço até o queixo dando-lhe uma mordida ali. Chay ri, massageando de leve a minha nuca antes de grudar os lábios nos meus com urgência. Sua língua invade a minha boca intensificando o beijo. Arranho suas costas cobertas pela camiseta. Ele me aperta tentando arrancar a saída de praia que eu usava com uma mão, é, não foi fácil de tirar.  

(Play em desert rose - Lolo zouaï) 

 Diferente de mim, que vagarosamente retirei sua camiseta, contornando as tatuagens com as unhas.  

— É, acho que tá na hora do seu castigo. Você já me deixou marcas demais por hoje, não acha? – Ele interrompe o beijo e me carrega até a cama. 

 Sinto todo meu corpo esquentar com seu toque enquanto retira o maiô que eu estava vestindo, ergue e cruza meus braços prendendo com uma algema de cobre, enfeitada com pequenos adesivos de rosas.

Com o corpo dele sob o meu me provocando as mais distintas sensações, eu tenho certeza de que estamos recomeçando essa história diferentes da forma que começamos. 

 Nós não éramos mais o crime favorito um do outro, a partir de agora somos apenas a paixão favorita. 

🦁🐝🔮

Nota da autora: O Negócio é o seguinte: eu precisei finalizar essa fanfic assim antes que eu ficasse MALUCA de vez, cumpri tudo que eu prometi? Não, mas pelo menos, eu voltei pra finalizar, se passaram 4 meses e simplesmente desaprendi a escrever cenas hot e saiu essa porcaria aí, desculpa mais uma vez. no mais, pode ser que volte com uma fanfic nova em breve, é só pra isso que eu presto mesmo Larissa e Vanessa, vocês são as melhores duas únicas leitoras que eu já tive, amo vocês e obrigada por embarcar nas minhas loucuras disfarçadas de histórias. é isso, até a próxima. 




terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Capítulo 18 - Favorite Crime


 Chay 🦁 

No dia seguinte, fui buscar minha mãe e Anelise no aeroporto, ficamos cozinhando e decorando o apartamento para o natal e a chegada de Maria e José. 

Isso acabou tomando a tarde inteira e resolvi não ir treinar hoje, era por volta de seis da tarde quando finalmente encontrei meu celular, havia algumas mensagens do meu empresário, de Laura com mil recomendações de como cuidar dos nossos filhos, como se eu não soubesse o que fazer!! A mensagem que realmente me importava estava logo abaixo, Mel havia me mandado fotos de Cristal com vestidinho vermelho e um pequeno gorro verde cobrindo sua cabeça, sorrindo com as mãozinhas na boca 

Melzinha 🐝: pronta para o natal, papai. 😘


Chay 🦁: A neném natalina mais linda de todas!!!! Papai morre de saudades e não vê a hora de te apresentar aos seus irmãos e tias.  

Melzinha 🐝: logo a gente volta e você acaba com essa saudade toda e vai poder apresenta-la pra quem quiser, prometo!! 

Chay 🦁: AMANHÃ?  

Melzinha 🐝: não, Roobertchay, no meio da semana, meninooo! 

Chay🦁: Tá com saudade de mim, não? 

Melzinha 🐝: eu não 😌 tchau, preciso me arrumar. 

Chay🦁: foto sua pronta, eu não recebo ,não? 

Melzinha 🐝: Eu não estou pronta ainda 😏😌


O que eu recebo é uma foto que destaca sua barriga chapada e uma micro calcinha de renda rosa, que se ela estivesse por perto, eu arrancaria com os dentes. 

Chay 🦁: fica provocando mesmo, quando eu te pegar, você vai ver só…. 

Melzinha 🐝 : E vai fazer o que? Me amarrar na cama ? 

Chay 🦁: Sim e outras coisas mais…. 

Melzinha 🐝: que coisas mais? 

Chay 🦁: quando vc voltar, vai ver… 

Melzinha 🐝 : 😏 tô indo já. 

Chay 🦁: venha logo mesmo

Melzinha 🐝: vou nada. É só uma semaninha, você aguenta. 

Chay 🦁: sem dúvidas, mas você consegue passar mais uma semana sem mim? 

Melzinha 🐝: eu vivi 11 anos sem você e eu tava feliz até, acho que eu consigo. 🙏

Chay 🦁: 🤡 🥹 tá bom então, até. 

 

Eu sempre achava que estava mais entregue, mais apaixonado do que ela, notei isso quando disse que a amava e não recebi uma resposta, quando escolheu viajar ao invés de ficar comigo no feriado, sempre deixava escapar que estava mais feliz sem mim. 

Talvez fosse só a minha carência e insegurança falando mais alto. Eu odeio admitir, mas, morro de medo que ela desista de nós e me afaste da nossa filha. 

Joguei o celular na cama, passando as mãos pelo rosto. 

 Minha mãe bateu à porta, eu só gritei: Entra e ela sentou ao meu lado e perguntou o que eu mais temia: 

— Por que tem um terceiro quarto de bebê? Quem é Cristal? 

 Me senti um adolescente pego no flagra. Eu não sabia porque demorei tanto para contar sobre a minha filha, talvez porque minha família era apegada demais à minha ex-esposa e porque ainda tinha que respeitar a decisão de Melanie de manter nossa relação em segredo, eu não sabia até onde isso incluía nossa filha.

— É da minha filha, mãe!

— Filha? De quem? Achei que você tivesse dito que estava solteiro e mesmo assim, por essa foto aqui – Ela me estende um porta retrato com uma foto de Cristal no meu colo, que tirei no dia em que Mel foi viajar. — Parece que esse bebê tem mais de cinco meses, que é mais ou menos o tempo em que você decidiu se separar da Laurinha. 

 Respirei fundo pronto para receber um sermão, mas despejei tudo de uma vez: 

— Da Melanie, mãe, nos encontramos há uns dois anos, numa noite qualquer a gente acabou se descuidando e pouco tempo depois, descobrimos que ela estava grávida, foi aí que eu percebi que estava apaixonado por ela de novo e também não podia ficar longe do bebê, por isso o divórcio, a mudança pra cá… 

— Melanie? Mel Fronckowiak? Mas ela continua casada com o…. – Dona Hérica me encarou com uma expressão confusa no rosto e eu interrompi. 

— Sim, faz um tempo ela decidiu abrir o relacionamento, o Rodrigo, inclusive é padrinho da Cristal, não temos problemas em relação a isso…. 

— E porque você não me parece feliz, meu filho? Que eu me lembre,você sempre foi muito apaixonado por essa moça, sempre se deram muitíssimo bem e tinham uma química que todo mundo conseguia enxergar. Agora você está me dizendo que estão juntos, tem uma bebêzinha linda com essa cara de cachorro sem dono? 

— Eu passo mais tempo sentindo saudades delas do que com elas, dói um pouquinho. 

— Já conversou sobre isso com a Mel? 

— Sim, ela diz que estou sendo dramático, como sempre e me pede paciência, eu sempre cedo! 

— Quando elas voltam? Eu quero conhecer minha netinha.

— Semana que vem. Acha que consegue ficar aqui até sexta? 

— Por você? É claro que posso, meu filho – Sorriu.

 Minha mãe me arrastou até a sala, ligou a tv colocando um capítulo qualquer de " rei do gado " e fez uma pipoca amanteigada como eu adorava, tudo para melhorar meu humor. 

 Mais tarde,recebi uma ligação de João Vicente, que também notou meu desânimo e eu precisei repetir o mesmo que já tinha dito para minha mãe e ele acabou me dando uma ideia: 

— Irmão, eu acho que você tinha que pedir essa mulher em namoro logo, tudo bem que vocês pularam algumas etapas, tipo fizeram uma criança, acho que você precisa disso para se sentir mais seguro, sei lá, sentir que ela realmente tá contigo, entendeu? Aceita que você é emocionado e gosta de rótulo e pronto. 

— E se ela disser não?

— Roobertchay, meu filho, minha crionça de colo, não existe a possibilidade de um " não" toda semana a mulher tá aí na sua casa pra sentar em você e depois te fazer chorar bêbado e ainda acha que ela não gosta de você o suficiente. Vai por mim, alguma vez já te dei algum conselho ruim?

— É…. Algumas vezes sim, vou pensar no assunto. 

⏳ 

Estar com meus filhos, cachorros, irmãos, mães e pai na casa nova me ajudou a relaxar e curtir o feriado sem pensar em Melanie, e, quando alguma faísca de saudade me atingia, eu descontava nos treinos, as vezes, me arriscava a compor algumas músicas. Tudo isso me ajudou a decidir que seguiria o conselho de João Vicente e faria o pedido.

 Eu queria fazer uma surpresa, levar Mel em um lugar que ela ainda não tivesse ido, o que era uma tarefa difícil, considerando que viajar é seu trabalho e seu passatempo favorito, depois de muito procurar encontrei uma casa flutuante em Ilha Grande. Era aconchegante e distante de tudo, permitia o contato com a natureza que adoramos. 

Com a reserva feita para um dia e o colar, cujo pingente era um anel de prata, que selaria nosso compromisso de uma forma discreta comprados, o sucesso da surpresa dependia de não deixar que Melanie suspeitasse de nada. 

 A última etapa era ligar para Rodrigo e descobrir o que ele achava da ideia e foi surpreendente:

— Eu acho que a Mel vai adorar o passeio e o presente, você pode não acreditar, mas, ela gosta muito de você e o que eu mais quero é que ela seja feliz, então não vejo problema nisso. 

— Ótimo, vou precisar de ajuda para que ela não desconfie de nada e nem queira levar Cristal junto. 

— Fica tranquilo, ela tá ocupada com um projeto e com a Nine, não vai ter tempo de bisbilhotar você. Ah, sobre a Cristal, eu fico com ela, marquei de fazer um passeio com a Nine e ela quer levar a irmã junto. 

— Ok, até daqui três dias então. 

3 dias Depois ⏳ 

Finalmente Melanie tinha voltado de viagem, não tínhamos nos visto ainda, porque estava ocupado com o trabalho e com a surpresa que preparei para ela. Talvez eu esteja me precipitando com a decisão que tomei, mas estou confiante, não acho que ela vá recusar.  

O relógio marcava nove e meia da manhã quando cheguei à casa dela para Buscá-la, acabei encontrando Rodrigo na cozinha. 

— Cadê a Mel? 

— Lá em cima se arrumando, pode subir se quiser. Ela não desconfia de nadinha. – Ele sorri por trás da xícara de café. 

— tá bom, obrigada mais uma vez, Rodrigo.

 

 Subi as escadas, não me dando o trabalho de bater na porta e encontro Mel se arrumando em frente à penteadeira. Ela passava um batom vermelho cereja na boca e um sorriso provocativo enfeitou seus lábios quando percebeu minha presença ali. Se virou de frente pra mim e pude dar uma boa olhada nela: 

 Minha futura namorada estava com um bronzeado perfeito, o body preto destacava o decote e caralho, eu posso jurar que seus seios estão bem maiores do que eu me lembrava, uma saída-de-praia rendada transparente me dava a visão perfeita das pernas torneadas e um destaque especial para a bunda empinada, vou adorar deixar a marca dos meus dedos ali. 

 Completamente hipnotizado,me aproximo dela, envolvendo os braços ao redor da sua cintura com firmeza, ela não fica parada, logo sinto suas unhas cravadas em meu pescoço, a boca quase colada à minha: 

— Senti saudades, por isso, resolvi escolher uma roupa bem fácil de tirar. 

— Tá achando que facilitando as coisas pra mim, vai escapar do seu castigo? – Mordi seu lábio inferior e puxei. 

— Desde que não inclua uma coleira com seu nome, eu topo qualquer coisa. — Uma gargalhada escandalosa escapa da sua garganta depois de falar. 

— Mas, ficaria tão linda em você. – eu também não consigo deixar de rir, porque ela nunca ia parar de me zoar por isso. 

— Não, não inventa não! Vamos logo, porque além de um castigo, você prometeu uma surpresa e eu não tô vendo nada aqui — Tudo que ela faz é deixar um selinho rápido na minha boca e me arrastar escada à baixo. 

 Nos despedimos de Cristal e Rodrigo rapidamente e começo a dirigir, meia hora se passa e a ansiedade de Melanie começa a dar as caras, ela não cansa de tentar achar um jeito de descobrir onde estamos indo: 

— Você não vai me dar nem uma dica? 

— Tem água. 

— Isso pode ser em muitos lugares: praia, cachoeira, lago, rio… Não me ajuda em nada. 

— É um tipo alternativo de hospedagem, você vai curtir, relaxa. 

Melanie não para quieta, ela mexe no som, me conta que Cristal adorou o tempo na fazenda, fala de planos pra viajarmos os três juntos e eu gosto disso, me beija no rosto, descansa a cabeça em meu ombro, aperta minha mão livre, sinto que tomei a decisão certa e o que eu sinto é recíproco. 

⌛⌛⌛

Nota da autora: SEGUINTE, FAMÍLIA, o capítulo ia ficar gigantesco que se eu postasse inteiro e ia demorar ainda mais tempo pra sair. Então vamos dividir em 2

Então no próximo teremos surpresa de Chay emocionado + hot + hot com castigo hehehe 

 A demora de sair o capítulo foi escolher o lugar q eles iam ficar + descrever a roupa da bonita ( sim, galera, fui derrotada por uma calça de praia) 

Gostaram? Querem mais? Deixa aqui nos comentários 


O colar de presente 👆

A roupa da Mel 👇




terça-feira, 27 de setembro de 2022

Capítulo 17 - Favorite Crime

 Mel 🐝

 

Justamente quando estava pensando em pôr meus escritos no mundo, meu assessor me avisa sobre ter recebido um email de uma fã pedindo para que eu escrevesse o prefácio de seu livro de poesias, faço uma ideia de quem possa ter sido e digo que aceito, mas que ele podia responder até que eu tivesse lido o livro e escrito o texto tão desejado por ela. 

Mais tarde naquele mesmo dia, recebi uma mensagem de Nara no direct do Instagram, falando sobre o tal email enviado e também sobre como a inspirei a escrever seu livro. Fico lisonjeada de ser um caminho para ela encontrar suas palavras e sonhos, mas ao mesmo tempo, me assusta, aquela guria conseguia ser intensa demais e sensível também, eu tinha medo de não conseguir  suprir suas expectativas e acabar frustrando-a e fazendo com que desistisse daquilo. Então, apenas visualizei a mensagem para não alimentar falsas esperanças. 

 Conforme lia os textos, que devo admitir eram bem curtos, mas também cheios de sensações distintas, fui escrevendo o texto de abertura prestando atenção em cada emoção que me atingia, mas nada parecia bom o suficiente. Quando acho que estou superando o perfeccionismo, ele me ataca novamente.  

O meu tempo resumia a quatro coisas: cuidar de Cristal e Nina, tentar rascunhar o texto e ficar pensando em quando Rodrigo voltaria e qual foi sua decisão.

Até que em uma madrugada de domingo, eu ainda tentava escrever o bendito prefácio, quando escutei a campainha tocar, eu corri para porta com coração martelando nos ouvidos, as mãos suavam escorregando na maçaneta quando a abri e me deparei com os olhos pequenos que eu tanto amava, sua barba havia crescido desde a última vez que o vi, passei os dedos pelo seu rosto para me convencer que ele estava ali, finalmente. 

Nem mesmo o perfume amadeirado invadindo minhas narinas foi o suficiente, Rodrigo me envolveu em um abraço apertado e em seguida, me beijou de um jeito intenso e desesperado. 

Enquanto sua língua invadia minha boca, suas mãos passeavam por cada parte exposta do meu corpo, então me dei conta do quanto senti falta do seu toque, da sua presença. 

— É bom ter você de volta, senti mais saudades do que achei ser possível, amore – Sussurrei contra seus lábios. 

— Não mais do que eu, meu girassol, eu quero permanecer ao seu lado e mais do que isso, quero que você seja feliz. – ele parecia calmo demais e decidido também. 

Naquela noite, eu me entreguei sem arrependimentos e sem pensar em qualquer outra pessoa. 

— Vamos voltar ao combinado de sempre viajarmos juntos? Senti muita saudade de você, das nossas filhas. Foi difícil chegar no apartamento depois das gravações e não ser recebido por você ou acabar esbarrando em algum brinquedo que Nine deixou espalhado por aí e a incerteza sobre a nossa relação não facilitou muito. – um riso triste escapou de sua garganta. 

 Me surpreendi por dois fatores, o primeiro é que ele disse " nossas filhas " como se Cristal fosse sua filha também, o que significa que Rodrigo a considera independente do resultado daquele exame e, segundo, porque era a primeira vez que ele expressava alguma insegurança em relação à nós em todos esses meses. 

— Eu sei, desculpa, mas, eu só queria evitar que fôssemos flagrados com Cristal em algum aeroporto, ninguém que não seja próximo sabe da existência dela e prefiro que continue assim, pelo menos, por enquanto. – Suspiro. 

— O máximo que pode acontecer são matérias sensacionalistas afirmando que tivemos uma segunda filha " em segredo " até acharem outra futilidade para comentar e esquecer o assunto. Vamos preserva-la, como sempre fizemos com Nine, vai dar certo, prometo. – garantiu, brincando com a aliança em meu dedo. 

— Tem razão, é assustador pensar em Cristal exposta por aí ou se por algum descuido notam a semelhança dela com o Chay, seria um caos! 

— O que ele acha sobre isso já conversaram? – Quis saber, me aconchego em seu peito, escutando as batidas do seu coração antes de responder. 

— Ah, você sabe como ele é, acha que não há necessidade de esconde-la, assim como queria que todos soubessem que estamos juntos, mas sempre diz que a decisão será minha, então…

— Então, faça o que você achar melhor! – Beijou meu cabelo. 

 Mudamos de assunto, Rodrigo me contou sobre como foram as entrevistas de promoção do seriado, como estava o clima da Espanha, as poucas atividades turísticas que fez até que eu adormeci. 

Uma semana depois:

 As malas prontas para a viagem do feriado, era sexta-feira e eu havia acabado de deixar Nine na escola e decidi passar no apartamento de Chay para que a Cristal pudesse se despedir dele e entregar o presente que preparei para ele. 

Como eu tinha uma cópia da chave, apenas abro a porta e entro, encontro sentado no sofá da sala olhando para o nada, caminhei até ele, tapei seus olhos com as mãos: 

— Adivinha quem é? 

— A minha sereia favorita, a minha pimentinha, a mulher que mais me abandona na face dessa terra. – Ele diz, em um tom muito dramático, me arrancando gargalhadas. 

— Nossa, como você é exagerado, Roobertchay! Eu estive aqui semana passada. – tirei as mãos dos seus olhos, me lembrando de arrastar o carrinho de Cristal para a frente do sofá.

— E depois me esqueceu completamente solitário nesta casa, sem você, sem minha bebêzinha e agora só vamos nos ver no ano que vem, isso não se faz, Melanie. – Reclamou, carregando nossa filha no colo. 

— Pensei que você já tivesse se conformado com isso…. – Revirei os olhos e suspirei. 

— Quem sabe se você ficar aqui um pouquinho e me der muitos beijos, eu não te perdoe? 

— E se eu te der um beijo e um presente e ir embora logo depois, você esquece isso ? – Beijei suas bochechas, pontinha do nariz e desci para a boca deixando ali um selinho rápido. 

Em seguida, peguei a caixinha que estava dentro da bolsa e entreguei para ele, depois de colocar Cristal de volta em seu carrinho, ela ficava bem quieta quando estávamos os três juntos.

— Uau, eu não acredito que você fez isso! É lindo! – Exclamou ao se deparar com relicário dourado, que guardava uma foto dele e da nossa bebêzinha adormecidos – Vou guardar comigo e levar para todo lado pra dar sorte. – Sorriu largo com os olhos cilitilando. 

 — Hum, não quer dizer que eu estou perdoada por te largar mais uma semaninha? – Mordo seu queixo. 

— sua sorte é que eu te amo, Melanie Fronckowiak, porque senão… – Declarou entre risos. 

De repente, eu fiquei paralisada, porque não sabia como reagir àquelas três palavras ditas pela primeira vez de um jeito tão natural, ainda mais quando meu coração batia tão acelerado denunciando que eu também sentia o mesmo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Capítulo 16 - Favorite Crime

 Chay 🦁

Eu tinha acabado de chegar em casa depois de um dia exaustivo de gravação da nova novela, quando a campainha tocou me arrastei até a porta. Abri e a visão de Melanie sorridente segurando Cristal chorosa nos braços me fez esquecer qualquer cansaço. 

 Carreguei minha bebê no colo e abri espaço para sua mãe entrar, sorri surpreso com a visita delas. 

— Eu deixei Nine numa festinha do pijama de uma colega de escola aqui perto e resolvi trazer a Cris pra te ver, ela dormiu o caminho inteiro dentro do carro, quando chegamos começou a chorar e eu não consigo faze-la parar. - Revelou antes que eu pudesse perguntar. 

— E você não sentiu saudades de mim, não? Tenho uma ideia para fazê-la dormir e depois finalmente teremos um tempinho pra nós dois. – Ela sorriu e beijou meu rosto. 

 Não nos víamos há duas semanas, eu estava ocupado com o trabalho e usando meu tempo livre para visitar Maria e José, enquanto Mel começou um projeto novo que não me revelou do que se trata se dedicando totalmente à isso e lógico, às filhas no restante do tempo. Tenho a sensação de que conseguíamos passar mais tempo juntos quando tudo era um segredo do que agora com tudo acertado. 

 Entrego a bebê em seus braços novamente e vou até o quarto buscar o violão, a minha ideia é cantar para Cristal dormir. 

  Voltei à sala já dedilhando " oração ao tempo " do Caetano Veloso no violão, me juntei a elas no sofá e comecei a cantar baixinho: 

És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho, tempo tempo tempo, vou te fazer um pedido… – sorri e me calei esperando que Melanie cantasse o próximo verso, porque eu sentia saudade de cantar com ela. 

Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos.Tempo tempo tempo tempo, entro num acordo contigo – Ela me seguiu enquanto balançava levemente Cristal em seus braços, a bebê nos olhava atenta como se apreciasse a cantoria. 

Por seres tão inventivo e pareceres contínuos,tempo tempo tempo tempo, és um dos deuses mais lindos… – Cristal já piscava os olhinhos pronta para dormir. 

Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho,Tempo tempo tempo tempo: Ouve bem o que eu te digo – Mel prosseguiu sorridente vendo Cristal fechar os olhinhos. 

 Parei de tocar no mesmo instante, pensando em como o tempo foi generoso em proporcionar nosso reencontro e nos conectarmos ao ponto de criar uma nova vida. 

Subimos para colocar a bebê no berço e depois fomos para o meu quarto, Mel está com um brilho diferente nos olhos, ela passa as unhas pelos meus ombros e devagarinho me empurra contra a parede. Fica brincando de passar o nariz sob o meu, logo em seguida, prendendo meu lábio inferior entre os dentes mordendo fraco me arrancando um suspiro. Envolvo os braços ao redor de sua cintura impedindo que ela se afaste, Melanie une os lábios aos meus com suavidade. 

  A ergui fazendo-a entrelaçar as pernas em torno do meu quadril, fui caminhando até a cama sem quebrar o beijo. 

— Agora chegou a minha parte preferida – Sorriu a colocando na cama, puxando uma alça do vestido para baixo, deixando uma mordida leve em seu ombro esquerdo. 

Puxei a segunda alça e ela deslizou o restante do tecido pela cintura. 

Deixando-a apenas com a lingerie branca rendada que eu adorava que usasse. Ajoelhei na ponta da cama e resolvi faze-la esperar mais pouco, segurando a alça da calcinha entre os dentes lentamente puxando para baixo sentindo sua pele se arrepiar e escutando um suspiro escapar da sua boca.

Prolongando o momento, eu coloco dois dedos em sua intimidade movimentando de baixo para cima até encontrar o ponto mais sensível, e então faço movimentos circulatórios com língua em seus clitóris, vendo a suspirar pesadamente aumento a velocidade, intercalando sugadas e chupadas nos pequenos e grandes lábios vaginais enquanto Mel me arranhava a nuca e puxava os cabelos numa tentativa falha de conter gemidos escandalosos. 

 Não demora muito para que ela se derrame na minha boca e possa sentir seu gosto irresistível. 

 Mel me puxou para cima de si e eu a beijei. Ainda ficaria assim por horas, faria muitas outras coisas, se o choro estridente de Cristal não tivesse nos assustado. 

— Ah não! – Suspirou frustrada, me empurrando para o lado 

— Que susto da porra, essa criança dormiu,o que? 5 minutos?! Ela costumava ter o sono mais pesado, não? 

— Sim, mas hoje está difícil! – Mel se levanta e veste um roupão qualquer e vai até o quarto da bebê. 

 Depois de um tempinho, Melanie voltou para o quarto, ficou encostada na porta me encarando com um meio sorriso. 

— O que foi? – Pergunto rindo e levantando para me aproximar dela. 

— Nada, eu só tava pensando que é muito bom estar aqui com você sem hora para voltar e nem nada para esconder. 

— Eu também acho, vai parecer bobo, mas, eu sempre sonhei em viver isso com você! 

— Ah que gracinha,Chay! – Mordeu minha bochecha, uma mania terrível. 

— Melzinha, eu tava olhando o calendário e percebi que o mêsversário da Cris cai bem no natal, não acredito que vou perder isso. O primeiro natal da bebezinha. 

— Já conversamos sobre isso um milhão de vezes, não é? A viagem com a família do Rodrigo já estava marcada há tempos, vai ser estranho se eu faltar! E além do mais, você não vai estar sozinho aqui também, seus pais, seus irmãos,seus outros filhos,cachorros e alguns amigos vem pra cá, não vem? Prometo que faremos algo só nós três para compensar quando eu voltar,Ok? – Ela beijou meu queixo e foi descendo para o pescoço numa tentativa de me distrair. 

— Tudo bem, amor, eu entendo! 

Engoli minha decepção enquanto ela me arrastava para o banheiro, tomamos um longo banho quente e dormimos por mais dez minutos até que a bebê acordou de novo. 

Eu poderia reviver esse dia sempre que possível. 


Nota da autora: descobri que não sei mais escrever hot, daí o que deu pra fazer foi essa cena de oral capenga aí em cima, perdão, família. 

Tivemos muita coisa legal né? O casalzinho cantando Caetano Veloso, cuidando da filhota deles. Tudo de bom, me contem o que mais gostaram aqui embaixo 👇 nos comentários. 


sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Capítulo 15 - Favorite Crime

 Mel 🐝


Mel: Odeio ter que fazer isso por mensagem, mas você não me deixou alternativa quando viajou sem previsão de retorno deixando apenas um bilhete, então, se lembra de quando te contei sobre tudo e sugeri que abríssemos o relacionamento? Você concordou em tentar sem rótulo nenhum. Sinto muito, se de alguma forma te decepcionei, Rodrigo, eu esperava tanto quanto você que Cristal fosse sua filha,seria tudo muito mais fácil 

 Eu te amo, mas realmente acho que preciso viver esse momento com Chay ou todas essas emoções inacabadas vão me assombrar para o resto da vida. Eu não quero e nem acredito que para isso, eu tenha que te perder, não há necessidade de ficarmos presos dentro de uma caixa por preconceito e estar na linha do que é padrão e entre muitas aspas " saudável " nunca deixamos que nada nos impedisse de estar juntos e não é agora que vamos começar. 

  Me dê uma última chance, se isso falhar, eu aceito nosso fim sem objeções por mais que doa. 


Meu amor 🤍: Eu só preciso de um tempo para pensar em tudo que você está pedindo e digerir o que vem acontecendo, acha que pode me conceder isso? Nos vemos em breve, prometo. 

 

Parecia que um peso enorme tinha saído das minhas costas. Ele não tinha concordado ou se recusado a nada do que eu disse e aquela resposta me parecia melhor do que seu assustador silêncio nos últimos tempos. Não quero escolher entre um dos dois, então a alternativa mais lógica que encontrei foi esta. Resta saber como vamos lidar com essa decisão daqui para frente. 

 

Já passava das duas da manhã, embora Cristal estivesse aos poucos regulando seu sono e acordando somente às cinco e meia para mamar e agora estava em seu sono profundo no berço ao lado da minha cama e apesar da chuva, Nine ainda não havia corrido pra cá, eu deveria aproveitar esse tempo para dormir, mas não conseguia pregar os olhos. 

 O celular vibrou novamente, o peguei sem nenhum cuidado, cheguei a pensar que fosse Rodrigo novamente, mas se tratava de Chay e mais uma de suas gracinhas: 


Chay 🦁: Vai dormir, Melzinha!

Mel 🐝: Mais uma noite de insônia, menino! 

Chay🦁:Cristalzinha dando trabalho pra mamãe? 

Mel🐝: Dormindo feito um anjo! 

Chay 🦁: Então o que você tá fazendo acordada? vai dormir pra sonhar comigo  

Mel 🐝: conversando com o Rodrigo sobre a nossa relação e decidindo o que vai acontecer daqui pra frente. 

Chay 🦁: Não quero ser sua segunda opção caso tudo acabe. 

Mel: Não se preocupe, você não é 😉


Logo após isso, guardei o telefone dentro de uma gaveta e peguei o caderninho que eu deixava em cima da mesinha de cabeceira todas as noites. Eu amava escrever e por mais que meu pequeno público, em especial, Nara, que não perdia a chance de implorar por um novo livro, o que acontece é que, com o tempo, meus textos ficaram muito mais pessoais e profundos, eu colocava cada pedaço da minha alma até as coisa mais simplesmente, sentia um medo irracional de expor toda minha vulnerabilidade para pessoas desconhecidas. 

 Mas e se agora for o momento certo de colocar essas palavras no mundo? 



Nota da autora: eu me citei e tô me sentindo no multiverso da loucura do doutor estranho hehehe 

 Adendo número 2 : glossário da tia pra vcs: "Relacionamento aberto é a relação romântica em que os parceiros envolvidos concordam com uma forma de não-monogamia, de modo que relações românticas ou sexuais com terceiros possam não ser consideradas traição ou infidelidade. "

NO GERALZAO É ISSO AI, MAS COMO FUNCIONA REALMENTE DEPENDE DE QUEM ESTÁ ENVOLVIDO E ETC, E EU RESOLVI ABORDAR O TEMA AQUI DEPOIS DE LER O CONTO MAS E SE DA MARIA FREITAS DISPONÍVEL NA AMAZON KINDLE E JOGADOR NÚMERO 3 De Koda G, que também abordam o mesmo tipo de relação de forma saudável e descomplicada, recomendo muito a leitura.

PS2: era por causa do primeiro combinado deles, que o Rod estava agindo tão tranquilamente em relação a tudo, não tinha nada de  errado com ele, não hehehe